Montadas em seus cavalos as amazonas partem em uma jornada de caça ou de guerra. Com seus trajes de guerreiras manuseiam arcos, flechas, lanças, machados e escudos.
Seus feitos regados à coragem e bravura são constantemente exaltados pelos gregos que adornam vasos e templos com suas imagens.
Suas histórias são narradas desde os tempos Homéricos e atravessam o tempo.
Na atualidade, vemos suas histórias serem contadas no HQ da DC Comics da Mulher Maravilha, mas seu arquétipo pode ser encontrado em inúmeras outras obras.
Mas, será que as amazonas realmente existiram?
A região da Cita era povoada por tribos nômades de caráter bélico. As mulheres citas cuidavam dos filhos, cozinhavam, cultivavam a terra, mas também havia mulheres que caçavam e lutavam ao lado dos homens. Estima-se que as crianças, independente do sexo, eram ensinadas a cavalgar e a arquear.
Descobertas arqueológicas apontam que os gregos tiveram contato com essa civilização. É de se imaginar que, ao verem mulheres guerreiras, lutando lado a lado com os homens, os gregos tenham sido impactados em seu imaginário, e isso pode ter inspirado a criação dos mito das amazonas.
No imaginário mítico dos gregos essas mulheres eram representadas como figuras heróicas, confiantes e corajosas, embora na sociedade grega as mulheres não fossem bem assim.
As mulheres gregas ocupavam uma condição subalterna e não participavam da administração do Estado, muito menos iam para o campo de batalha, diferente das mulheres citas que desempenhavam funções iguais às dos homens.
A historiadora e pesquisadora Adrienne Mayor observa:
“Isso significava que uma garota poderia desafiar um garoto em uma corrida ou competição de arco e flecha, e uma mulher poderia montar em seu cavalo para caçar ou cuidar dos rebanhos sozinha, com outras mulheres ou com homens. As mulheres eram tão capazes quanto os homens de lutar contra os inimigos e defender sua tribo dos agressores.” (MAYOR, 2014).
Na mitologia grega as amazonas não aceitavam homens em sua sociedade e uma vez por ano elas saíam para terem relações sexuais, a fim de preservarem seu povo. Mas, apenas as meninas eram criadas e educadas pelas mães e treinadas para a agricultura, caça e guerra.
As mulheres citas são diferentes das amazonas. Homens e mulheres conviviam na mesma sociedade. Mas na construção dos gregos essas referências ganharam uma outras versão como reflete Adrienne Mayor:
“É fácil ver como essas características rotineiras e de bom senso da vida nômade podem levar forasteiros como os gregos – que mantinham as mulheres dependentes dos homens – a glamourizar essas mulheres como amazonas míticas. A oportunidade para uma mulher especialmente forte e ambiciosa liderar grupos de invasão somente de mulheres ou mistos ou até exércitos foi exagerada nos mitos gregos em uma espécie de guerra entre os sexos, colocando poderosas rainhas amazônicas contra grandes heróis gregos ”. (MAYOR, 2014).
Mainon e Ursini estudam o arquétipo das amazonas na televisão e no cinema. Eles levantaram algumas características que uma personagem feminina pode apresentar para ser identificada como uma amazona. Conheça essas características acessando o artigo completo.
Essas qualidades podem estar mais ou menos presentes, de acordo com cada heroína. O importante é a contribuição do mito das amazonas que amplia o imaginário feminino sobre tudo o que uma mulher pode ser.

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