Adélia Borges nasceu em Minas Gerais, mas foi em São Paulo, onde mora desde o final dos anos 70, que desenvolveu sua vida pessoal e profissional.
Assim como muitas mulheres de sua época, Adélia Borges foi educada por seu pai para casar e constituir família.
No entanto, preferiu seguir os conselhos da mãe, que dizia para ela e suas irmãs se dedicarem aos estudos para conseguir uma profissão da qual pudessem tirar sustento.
Com essa motivação, Adélia Borges cursou graduação na Escola de Comunicação e Artes na USP, em São Paulo.
Posteriormente, Adélia Borges foi repórter do jornal Estado de São Paulo e, logo em seguida, convidada a ser editora contribuinte do semanário esquerdista chamado Movimento.
Porém, grande parte do conteúdo desse trabalho foi censurado por abordar temas que até então não faziam parte dos debates, como a situação da mulher no trabalho, violência sexual, estupro cometido por familiares etc.
Nesse momento, ano de 1976, o país enfrentava o auge da ditadura militar, o que tornava a atuação de Adélia ainda mais complicada.
Em 1981, a Fundação Carlos Chagas realizou um levantamento de pesquisas sobre a situação das mulheres, promovido por universidades e institutos de pesquisas, a fim de publicá-las em um semanário.
Com o financiamento da Ford, o projeto foi colocado em prática e recebeu o nome de Mulherio.
Convidada a ser diretora desse boletim, Adélia Borges sugeriu que a equipe fosse para as ruas e apresentasse seus jornais às pessoas e às bancas de jornal, para que assim atingissem mais pessoas, não apenas os assinantes.
O Mulherio contava com profissionais de renome como Carmem Silva, Ruth Cardoso, Carmem Barroso e Fulvia Rosemberg, que juntamente com Adélia, dirigia o periódico.
Esse jornal trouxe também os homens para o debate das causas femininas, contando inclusive com a colaboração do Henfil e Miguel Paiva. O projeto alcançou grande repercussão até o seu fim, em 1989.
Em 1984, Adélia Borges foi convidada a dirigir um programa diário na TV Cultura, “Palavra de Mulher”, mostrando o olhar feminino sobre as coisas do mundo. Esse trabalho veio a alcançar um público ainda maior do que o do jornal.
Adélia Borges, durante toda trajetória, se envolveu em expressar a condição feminina pela imprensa e vê hoje seu protagonismo refletido em diversos programas femininos.
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