Anastácia, a santa popular brasileira

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Em meados de 1740, chegou ao Brasil o navio negreiro Madalena trazendo 112 pessoas escravizadas no Congo. Delminda, uma das mulheres aprisionadas, foi vendida e estuprada, dando a luz à Anastácia, uma menina negra de olhos azuis.

A beleza de Anastácia despertou o interesse de senhores de escravos. Valente, a menina se recusava a se deitar com eles e se opunha com bravura às opressões sofridas. Para silenciá-la, colocaram em Anastácia uma máscara de ferro que ela usou por toda a vida.

A máscara, chamada de Máscara de Flandres, era colocada nos escravos para impedir que eles ingerissem terra, já que essa era uma das formas que os escravos achavam para dar fim à vida de sofrimento.

A resistência de Anastácia diante da violência sofrida incentivou a resistência de outras pessoas escravizadas.

Além disso, Anastácia era curandeira, e ajudava os doentes com suas mãos milagrosas. Ela chegou inclusive a salvar a vida do filho de um fazendeiro que a estuprou.

Com os constantes estupros e espancamentos que sofreu, Anastácia não viveu muito tempo. Seus restos mortais foram sepultados na Igreja do Rosário, mas sumiram após um incêndio.

A crença popular na santidade de Anastácia já existia, mas aumentou ainda mais após o incêndio. Hoje, diversas entidades solicitam a beatificação de Anastácia ao Papa.

O “Consagrado à Escrava Anastácia” é celebrado no dia 12 de maio, a fim de solicitar pedidos de cura à “santa popular” brasileira.



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