No hall das primeiras diretoras de cinema no Brasil está Carla Civelli.
De origem italiana, Carla Civelli chegou ao Brasil em 1948. Trabalhou inicialmente como montadora de filmes nos estúdios Vera Cruz, Maristela, Multifilmes e Atlântida, tendo editado, entre outros, “O mestre de apipucos” e “O poeta do castelo”, de Joaquim Pedro de Andrade; e “O craque”, de José Carlos Burle.
Com o tempo, Carla Civelli expandiu seu ramo de atuação, dedicando-se também a roteiro, dublagem, produção e, finalmente, direção – com o filme “É um caso de polícia”, de 1959.
Por meio da artista, pela primeira vez na história do cinema brasileiro uma personagem feminina verbalizou um grave problema cultural e social ao dizer: “o que me enoja, o que me horroriza é que esse patriarcalismo concede essa atitude e os homens me tratam como se eu fosse o pior dos seres e eu não sou”.
Essa fala foi responsável por evidenciar o início de uma percepção mais clara da ferida, a questão mais importante quando se trata da presença da mulher nos espaços políticos e sociais.
Carla Civelli também alcançou destaque na dublagem. Grandes estúdios no Brasil, como Odil Phono Brasil e Herbert Richers, foram montados por ela.
