Gilka Machado, embora fizesse parte de uma família de artistas – pai poeta, mãe e tias atrizes e avô poeta repentista e integrante da ABL -, possuía condição social bem inferior.
Aos 13 anos, ela já evidenciava sua tendência artística, quando venceu o concurso do jornal A Imprensa, nos três primeiros lugares, com textos assinados em seu próprio nome e com pseudônimos.
No ano de 1910, dois acontecimentos marcaram sua vida: seu casamento e sua participação na fundação do Partido Republicano Feminino, que tinha como objetivo representar e inserir as mulheres na sociedade política.
Seu primeiro livro, Cristais Partidos, foi publicado em 1915. A escrita de Gilka era considerada escandalosa, visto que a poesia feminina até então possuía rimas mais líricas e que falavam à alma.
Com a morte do marido, em 1923, dedicou-se a publicar Divino Inferno, produção inédita deixada pelo companheiro.
No entanto, um período de dificuldades financeiras sucedeu à morte do marido. Com dois filhos para criar sozinha, abriu uma pensão, que era muito bem frequentada por artistas, escritores e intelectuais, que influenciavam positivamente as crianças.
Em 1977, com a possibilidade do ingresso da mulher a uma vaga na ABL, Jorge Amado escreve uma carta à Gilka para lhe contar a novidade e incentivá-la a se inscrever, por considerá-la a melhor escritora do Brasil.
Contudo, passando por problemas pessoais e a morte do filho naquele mesmo ano, não se interessou pela vaga e encerrou sua carreira logo em seguida.
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