Johanna Döbereiner, cientista pioneira em biologia do solo

Johanna Döbereiner nasceu em 1924 em Aussig, na República Tcheca. Mudou-se ainda criança para Parga. Isso porque seu pai, um químico que ajudou judeus a fugirem dos nazistas, seria preso se continuasse na cidade. Em Praga, o pai de Johanna, Paul Kubelka, dividia seu tempo entre as aulas de química que ministrava na Universidade de Praga  e a administração de uma pequena fábrica de produtos químicos para agricultura.

Ainda fugindo dos avanços nazistas, Johanna teve que se mudar diversas vezes. Em Munique, Johanna conseguiu ingressar no curso de agronomia. Na Universidade de Munique, Johanna também conheceu o estudante de Medicina Veterinária, Jürgen Döbereiner, que se tornou seu marido.

A mãe de Johanna, Margarete Kubelka, morreu em um campo de concentração. Seu pai, ela e o marido conseguiram escapar para o Brasil, em 1948.

Johanna conseguiu um emprego no Instituto de Ecologia e Experimentação Agrícola, atual Centro Nacional de Pesquisa em Agrobiologia da Embrapa. Sob coordenação do Dr. Álvaro Barcellos Fagundes, Johanna se propôs a trabalhar em troca de aprendizado. Valeu a pena! Ingressou na pesquisa, dedicou-se à microbiologia quando a área ainda era recente no Brasil e tornou-se pioneira em biologia do solo.

A pesquisa de Johanna possibilitou que o Brasil se tornasse o segundo maior produtor mundial de soja, além de proporcionar que milhares de pessoas pudessem consumir alimentos mais baratos e saudáveis. Suas contribuições lhe renderam uma indicação ao Prêmio Nobel de 1997.

Em 1956, Johanna foi naturalizada brasileira. De acordo com a Folha de São Paulo, em um levantamento realizado em 1995, Johanna é a sétima cientista brasileira mais citada pela comunidade científica mundial e a primeira entre as mulheres.