Jurema Werneck

Ao ultrapassar todos os obstáculos impostos pelo meio em que vivia, buscando alcançar seus objetivos, Jurema Werneck contrariou as estatísticas a que muito jovens de favela estão fadados.

Dessa forma, com grande obstinação, ela dedicou sua vida às causas que acreditava, vindo a consolidar-se como feminista negra, médica, autora e Doutora em Comunicação e Cultura.

Jurema Werneck nasceu e foi criada em uma favela do Rio de Janeiro, onde passou junto de sua família por muitas dificuldades, chegando até mesmo a contar com doações para sobreviver.

Toda sua família era bastante humilde, com empregos modestos e de baixíssimos salários: o pai era alfaiate, a mãe, costureira e, assim, sobreviviam com pouco recurso financeiro.

Mesmo diante de um cenário improvável, os pais de Jurema Werneck acreditavam que só conseguiriam vencer a pobreza por meio da educação. Dessa forma, como incentivo, apresentaram Leci Brandão e Ângela Davis como referências para a filha.

Os valores passados a Jurema Werneck a acompanharam durante toda sua trajetória…

Ela se graduou em medicina na UFF como a única aluna negra do curso e, logo depois, trabalhou na Secretaria Municipal de Assistência Social do RJ e no Centro de Articulação de Populações Marginalizadas.

Além disso, com a intenção de promover os direitos das mulheres negras, Jurema foi uma das fundadoras da ONG Criola em 1992.

Por sua experiência de mais de 20 anos de trabalho com movimentos sociais e ativistas dos direitos humanos, principalmente no que diz respeito à raça, ao gênero e à orientação sexual, Jurema foi indicada, em 2017, ao cargo de Diretora Executiva da Anistia Internacional, no qual se encontra até hoje.