Maria Benedita Bormann

Maria Benedita Bormann, assim como outras escritoras, despertou interesse pela escrita inicialmente como leitora voraz.

Desde o início, incomodava-se com o retrato das mulheres nos romances, que eram sempre estereotipados, além de escritos majoritariamente por homens. Como exemplo, podemos citar Capitu, de Machado de Assis; Gabriela, de Jorge Amado; Diadorim, de João Guimarães Rosa.

Essa personagens ora eram descritas como um delicado anjo, dona de casa zelosa, ora como uma mulher decadente e sem atributos desejados pelos homens, o que forçava preconceitos da época.

A escritora nasceu no Rio Grande, mas foi no Rio de Janeiro, no final do século XIX, em meio a um clima político bem agitado pela movimentação dos abolicionistas e republicanos, que Maria Benedita lutou pelo seu espaço em uma sociedade machista.

Juntamente com outras escritoras, envolveu-se na criação de diversos jornais que tinham como mote a educação feminina. Seus textos foram publicados em jornais como O Sorriso, Gazeta e O País.

Em seus livros, assinava com o pseudônimo Délia, pelo fato da literatura ser um privilégio masculino.

Por meio de sua narrativa, criava mulheres com histórias de superação.
Bem diferente da mulher burguesa e dedicada à família, papel que a própria escritora desempenhava para se enquadrar ao perfil das mulheres de seu tempo.

Em seu mais famoso livro, Lésbia, a personagem central, Arabela, é retratada como uma mulher autônoma que desde cedo mostra interesse pela vida intelectual e realiza-se com a escrita.

Maria Benedita lutou bravamente pelo seu lugar na sociedade e veio a falecer aos 42 anos, não deixando nenhum filho, assim como suas heroínas.