As abordagens de gênero foram construídas ao longo da história a fim de instituir uma estrutura de poder que dominasse as mulheres, o que funcionou, ao menos até certo período.
O masculino, que exibe atributos como determinação e expansividade, é retratado como o oposto do feminino, o qual manifesta a fragilidade e a passividade.
Em entrevistas ao Mulheres de Luta para a produção da série “Literatura, Substantivo Feminino”, diversas escritoras brasileiras acentuam a construção histórica em torno das características relacionadas à mulher.
Marina Colasanti abraça seu olhar e pensamento feminino. Assim como Alice Ruiz, ela sabe que não tem como dissociar a escrita, de quem a escreve.
Mas o que emerge na escrita das mulheres não são as características do feminino de acordo com a visão do homem. Essas características são variadas. Além disso, há também uma compreensão da opressão histórica, lembrada por Luiza Lobo.
É nesse aspecto que o íntimo de Conceição Evaristo toma outro significado, e que a força da mulher selvagem também se faz presente no feminino a partir da escrita de Eliane Potiguara.
Como salienta Noemi Jaffe, o importante é que a literatura feminina seja realizada por mulheres e que elas ocupem também os espaços dominados pelos homens.
Leave a Reply