A palavra sororidade vem do latim “sóror” e remete à “irmãs”.
Assim como o termo latino “frater”, que significa “irmãos”, deu origem à ‘fraternidade’, “sóror” nos trouxe “sororidade”. Então, a sororidade seria o sentimento de irmandade entre as mulheres.
Trata-se de um dos alicerces do feminismo, uma vez que o movimento só se realiza em decorrência da união em busca de um objetivo comum: a igualdade entre os sexos.
Para além dos valores morais e éticos, sororidade também é ação. A construção de uma sociedade mais justa exige a transformação do substantivo em verbo.
Acabar com a rivalidade
“Mulher não tem amiga mulher.”
“A mulher compete com as outras”.
“Mulher não se arruma pra ela, mas para causar inveja nas outras”.
O paradigma da rivalidade feminina faz parte de uma construção sociocultural embasada em valores patriarcais. Precisamos mudar essa perspectiva!
A sororidade propõe a conciliação entre as mulheres substituindo a “competição feminina” pela amizade entre as mulheres.
Não julgar
A sociedade qualifica as mulheres de acordo com a forma que elas se comportam, pela roupa que vestem, com quem e como se relacionam.
Aplicar a sororidade no dia a dia é reconhecer que toda e qualquer mulher deve ser respeitada por suas escolhas, sem cobranças por um determinado padrão de comportamento.
Aplicar a sororidade é não julgar nossas irmãs.
Reconhecer o lugar de fala
A sororidade incentiva o compartilhamento de experiências entre as mulheres.
Falar e, principalmente, ouvir, contribui para o fortalecimento de vínculos, pois mesmo que você discorde do ponto de vista de outra mulher, reconhecer e respeitar seu lugar de fala exercita a sua empatia.
Ter empatia
Algumas mulheres se enxergam nas dores das outras, pois vivem ou já viveram situações semelhantes.
Outras são solidárias e, mesmo quando ocupam uma posição com privilégios sociais, reconhecem que suas “irmãs” não podem sofrer qualquer privação pelo fato de ser mulher.
A empatia conecta mulheres a partir de uma experiência feminina no mundo. É um sentimento que nos aproxima mesmo que os nossos lugares atuais sejam diferentes.
Respeitar as diferenças
O reconhecimento de uma identidade coletiva não apaga o lugar da individualidade.
A sororidade fortalece e empodera a coletividade e a individualidade. É o exercício de se colocar no lugar de outra mulher, mas sem apagar o seu lugar.
Somos diversas. Portanto, é fundamental entender e respeitar a identidade de cada mulher dentro do coletivo.
Buscar a convergência
As intersecções de raça, classe, orientação sexual e faixa etária, por exemplo, podem despertar a acentuação das divergências.
O espaço da “não semelhança” é desafiador, mas o norte do feminismo é justamente entender as individualidades dentro do coletivo.
Se há diferenças nas vivências é preciso também abarcar as diferenças na abordagem. Isso ocorre estabelecendo relações não hierárquicas, fomentando um espaço para a criatividade na busca de soluções de problemas reais.
Apoiar sempre
A sororidade promove a articulação de grupos de mulheres pelo bem estar de outras mulheres. Está nas manifestações de rua, nas hashtags feministas, nas políticas públicas e nos movimentos realizados por mulheres e para as mulheres, fortalecendo nossos laços.
Os meios de cooperação são diversos e também dependem de atitudes cotidianas. Um exemplo: no Brasil, o desemprego é maior entre as mulheres. Então, indicar vagas de trabalho e dar preferência aos serviços prestados por elas, são formas de apoiar.
Também é importante estar atenta a mulheres que sofrem violência doméstica. Em briga de marido e mulher se mete a colher, sim!
Afinal, “O Pessoal é Político! e “Mexeu com uma, mexeu com todas!”
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